quinta-feira, 13 de maio de 2010

Ensino básico - para os pais

Não sou a favor do controle de natalidade estilo chinês. Mas acho que se poderia implantar uma legislação em relação a quem vai ter filhos.
Engravidar é muito fácil, então muitas pessoas acabam fazendo filhos "sem querer". E obviamente estão totalmente despreparados psicologicamente, financeiramente, etc. O resultado mais provável é que estes pais acabem fazendo A Coisa Errada. Então, a idéia é relativamente simples. Oferecer aos futuros papais e mamães um cursinho básico sobre crianças. Obrigatório. Se não fez o curso, vai preso. Aí fica até mais fácil: tendo o sujeito preso, senta ele numa cadeira, na frente da TV, e toca o vídeo instrutivo. Ou seja lá como for feito. Assim, cumprida a lei, já dá pra soltar o elemento.

Neste cursinho, se ensina coisas bem básicas, como: a importância de brincar com a criança (e como se brinca); qual é A Coisa Certa a fazer em relação à teimosia e manha; em relação a dificuldades de aprendizado; como respeitar o seu filho, e como se fazer respeitar (direito); enfim, uma introdução sobre como não criar uma nova ameaça à sociedade.
Apesar da boa intenção por trás desta idéia, eu sei que, posta em prática, seria ignorada por muitas pessoas. Geralmente as que mais precisam. Ouvir frases como: "ninguém vai me dizer como educar meu filho", "isto tudo é uma grande bobagem", "só serve para gastar o dinheiro dos nossos impostos" e assim em diante seria comum. Infelizmente não possuo dados estatísticos para embasar o que acredito, mas vou citar o que imagino que sejam os fatos. Pode-se classificar os pais em três tipos:

A) devido à sua bagagem cultural familiar, ou por ter estudado o assunto, já possui o conhecimento sendo transmitido.
B) se preocupa em ser um bom pai/mãe, e gostaria muito de saber A Coisa Certa a fazer, mas nem sabe para quem perguntar.
C) não sabe A Coisa Certa a fazer, e ignora o próprio fato de não saber; não se importa com isto, não se preocupa em ser uma pessoa melhor, e se ofende quando outras pessoas tentam colaborar para o seu crescimento e evolução.

Considerando a sociedade brasileira, eu chutaria que 25% das pessoas estão no grupo A, 15% no grupo B e 60% no grupo C. Certamente, no mínimo 98% das pessoas do grupo C ignorariam totalmente qualquer informação recebida. E o grupo A não aproveitaria em nada as informações, pois nada seria novidade para eles. *MAS*, praticamente 100% do grupo B "migraria" para o grupo A. Considerando então que exista este mecanismo oficial, apoiado e incentivado pelo governo, isto geraria discussões (debates) a respeito. Tendo então uma massa grande de pessoas no grupo A, interagindo com as do grupo C, aos poucos as pessoas do grupo C seriam tomadas de dúvidas e novos valores, migrando para o grupo B, que fatalmente se transforma em grupo A. Eu não acredito que 100% da população fosse saber A Coisa Certa a fazer, mas tenho a convicção que com algum tempo o grupo C, gerador de corruptos, ladrões, assassinos, traficantes e outros vilões da sociedade, diminuiria drasticamente.

Este "curso" seria obrigatório a todo pai E mãe que estivesse tendo seu primeiro filho. Do segundo em diante, não existe mais tanta necessidade. Mas se os pais passarem de 4 filhos, acho que dava para dar uma "reforçada" heheh.
A única contrapartida desta idéia seria o custo. Mas não imagino que fosse ser tão grande. Os hospitais públicos já tem um custo meio alto para toda e cada criança que nasce (exceto as que nascem em hospitais privados). Médicos, enfermeiras, medicamentos, instrumentos. Nada disto é barato. Então, colocar o papai e a mamãe em uma salinha junto com outros 20 papais e mamães, na frente de uma TV, e apertar o "PLAY"... não me parece adicionar tanto. E qual seria o ganho? Talvez não tenha ficado claro para quem lê este texto. Certamente, não espero de quem pertence ao grupo C que entenda. Mas aos outros, eu digo. O ganho é: um mundo melhor para os filhos de vocês, e "filhos melhores para o mundo". Como naquela frase crescentemente popular: "quando vamos parar de nos preocupar em deixar um mundo melhor para nossos filhos, e começar a nos preocupar em deixar filhos melhores para o nosso mundo?" Com esta idéia aplicada, no longo prazo, tudo melhoraria. Rendimento escolar melhoraria, desemprego diminuiria, criminalidade também, as pessoas teriam um maior respeito pelas outras, uma maior maturidade emocional, o judiciário teria menos processos, a sociedade como um todo seria mais ética. Que grande idéia invisível...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Primeiro Post - valores da sociedade

Vendo os valores difundidos, com conhecimento, sabedoria e treinamento, pelo movimento escoteiro, coloco aqui a minha primeira idéia invisível. Se existisse um governo interessado no futuro e no bem-estar da população, capaz de tomar atitudes que talvez não fossem trazer benefício financeiro, político ou de poder aos envolvidos, muita coisa boa poderia ser feita. O governo poderia fazer algum acordo com o movimento escoteiro. Eu imagino que cada escola pública, especialmente no ensino fundamental, poderia ter um grupo escoteiro associado, e os alunos serem incentivados (não obrigados, obviamente) a participar. Eu consigo visualizar aquele monte de criança, que é humilhado pelo pai bebum e apanha da mãe, aprendendo um mínimo de valor humano. Aprendendo a pensar nos outros, a fazer o bem, a se esforçar. Aumentando sua auto-estima, acreditando que são capazes de construir algo decente e contribuir positivamente para a sociedade. Sentindo que possuem algum valor, que são importante para alguém, que são importante de alguma forma. Desenvolvendo sua independência de forma assistida e guiada por um adulto maduro e que sabe o que está fazendo, ao invés de simplesmente ser jogada em alguma sinaleira a pedir qualquer coisa. Conhecendo o companheirismo e o trabalho em equipe para alcançar um objetivo, ao contrário da competição estilo lei-do-mais-forte tão comum nas parcelas menos favorecidas da sociedade (vilas e favelas).
Não que elas não fossem conhecer o lado mesquinho das pessoas. Mas, ao ver e aprender que existe um outro lado, uma outra opção, pelo menos assim teriam escolha. É hipocrisia ou ignorância dizer que alguém que cresceu nas condições adversas tão comuns dos grandes centros urbanos do Brasil escolhe seu destino, e que "poderia" ter estudado, conseguido um emprego honesto, ter tido uma vida digna. Pura balela. Ninguém pode escolher o que não sabe que existe.
Um grupo escoteiro por escola pública. Ensinando valores, melhorando a estima das crianças, mostrando uma possibilidade nova. Minha idéia invisível.